21 de set. de 2018

Histologia - Jogo de baralhos

BIOLOGIA 2º ANO - 5h

OBJETIVO

Compreender a constituição do corpo humano a partir de seus diferentes tecidos, órgãos e sistemas e o seu funcionamento integrado, identificando a relação entre os conhecimentos de anatomia e fisiologia humana e aspectos relacionados à manutenção e recuperação da saúde.

CONTEÚDOS

  • Consulta, análise e interpretação de textos e comunicações referente a histologia.
  • Apresentação, de forma organizada, dos tecidos humanos, através de um jogo pedagógico com uso de textos, desenhos, esquemas, etc.

PROPOSTAS DE ATIVIDADES

Atividade I
Escrever no quadro (aleatoriamente, ou seja, sem a sequência convencional) os seguintes conceitos: Organismo, célula, tecido, sistema, órgão.

Relembrar aos alunos que esses conceitos representam a constituição corporal de um indivíduo e que para seu estudo, convencionalmente, é apresentado desde a estrutura mais simples até a estrutura mais complexa. Cite alguns exemplos e suas funções para ilustrar sua explicação. Em seguida desafie a que cada aluno, em seu próprio caderno, organize essa sequência de forma hierarquizada, ou seja, da estrutura mais simples até a mais complexa.

Solicite aleatoriamente de dois alunos, que escrevam no quadro a sequência que organizaram e justifiquem, porque assim fizeram. Use o exemplo dos alunos para ajustar esse conhecimento, assim os demais podem corrigir possíveis enganos.

Com isso esperasse que os alunos compreendam que o corpo humano apresenta uma estrutura complexa e que seus níveis de organização vão da célula ao organismo:

Célula - Tecido - Órgão - sistema - Organismo

Atividade II
Apresentar aos alunos a imagem em anexo (figura 1) sobre o corpo humano e seus tecidos, solicitar que olhem para as figuras nos círculos que correspondem aos tecidos humanos, peça que lancem hipóteses sobre as possíveis funções e localização dos tecidos. Após, usando a mesma figura faça ajustes gerais sobre os tecidos, suas funções e localização.

Atividade III
Montagem de um jogo didático
Dividir a turma em grupos de até 4 alunos, entregar os textos sobre os tipos de tecidos humanos e, junto aos procedimentos de leitura, cada grupo deve retirar as informações necessárias para montar um jogo didático “Baralho histológico”. O jogo deve conter um baralho formado por 24 cartas, divididas em 6 conjuntos de 4 cartas. Cada conjunto diz respeito a um tipo de tecido:

Descrição dos conjuntos de cartas:

• Tecido epitelial
• Tecido adiposo
• Tecido sanguíneo
• Tecido ósseo
• Tecido nervoso
• Tecido muscular estriado esquelético

Em cada conjunto, há os seguintes tipos de cartas numeradas de 1 a 4: 
  1. Morfologia; 
  2. Localização; 
  3. Função; 
  4. Imagem. 

Quando o grupo receber os textos de apoio eles devem: 

a) Fazer a primeira leitura (individual) geral dos textos – sem fazer marcações; 
b) Identificar os tópicos que lhe foram solicitados (ex. tecido, função, morfologia, etc.); 
c) Numerar os parágrafos; 
d) Identificar e procurar e/ou consultar com o professor sobre significado de palavras ou conceitos que o aluno não conhece; 
d) Fazer a segunda leitura, destacando em cada parágrafo a palavra ou palavras-chave; 
e) Identificar as ideias principais e secundárias dos parágrafos; 
f) Organizar as informações para melhor visualizá-las, na tabela a seguir. Depois releia e verifique a ordem e a lógica ao conteúdo abordado.







É importante circular entre os grupos para reforçar as orientações da atividade, sanar dúvidas dos alunos, explicar conceitos novos e orientá-los quanto a organização do jogo e suas regras. É preciso que as regras do jogo também sejam montadas pelo próprio grupo.

Atividade IV
Os mesmos grupos devem voltar a se juntar, com o jogo e suas regras já definidas. Um membro de cada grupo se desloca para outro e media o jogo com os colegas, assim, o jogo criado pelos grupos é testado e validado em grupos diferentes.

O professor faz as considerações finais sobre o conteúdo e aprofundamentos mais específicos se forem necessários.

FORMAS DE AVALIAÇÃO

  • Observação, registro e análise dos conhecimentos que o aluno já possui sobre os níveis de organização dos seres vivos;
  • De como o aluno procede enquanto realiza as atividades de estudo com os procedimentos de leitura e escrita;
  • De como o aluno procede enquanto realiza as atividades de construção do jogo didático.
  • Confrontação entre ideias prévias/hipóteses iniciais do aluno com o registro de seus conhecimentos e/ou opiniões ao longo do semestre.

ANEXOS

Figura 1

























Texto 1


HISTOLOGIA


INTRODUÇÃO


O termo histologia (do grego hystos = tecido + logos = estudo) refere-se ao estudo dos tecidos biológicos de animais e plantas, sua formação, estrutura e função. As células agrupadas com as mesmas características formam um tecido. Existem quatro tipos de tecidos animais – epitelial, conjuntivo, nervoso e muscular – e cada um desses tipos principais apresenta variações. Um órgão geralmente é composto por vários tipos de tecidos.

TECIDO EPITELIAL

O tecido epitelial ou epitélio é formado por células justapostas, com pouca substância entre elas (substância intercelular), tendo função sensorial, proteção, absorção e secreção. O tecido epitelial é classificado em dois tipos principais: epitélio de revestimento e epitélio glandular.

As células do epitélio de revestimento apresentam polaridade, um polo é voltado para a superfície, denominado região apical e o outro polo é voltado para o tecido conjuntivo subjacente, denominado região basal. O tecido epitelial é avascular, logo se nutre via difusão de substâncias a partir do tecido conjuntivo. 

Os tecidos epiteliais de revestimento podem ser classificados de acordo com a forma das células (escamosa ou pavimentosa, cúbica e cilíndrica ou colunar) e com o número de camadas (epitélio simples, como nos túbulos renais, estratificado, várias camadas de células, como no caso da pele e pseudoestratificado, única camada de célula, mas por serem células de diferentes comprimentos, dão a impressão de que são várias camadas, como as células do trato respiratório.

O tecido epitelial de revestimento apresenta algumas especializações. Na região basal, podem surgir as microvilosidades, que são projeções microscópicas da membrana plasmática, o que aumenta a sua área superficial, como ocorre com o epitélio que reveste a cavidade intestinal; e os cílios, que são prolongamentos celulares móveis que batem em ritmo ondular e sincrônico que tende a propelir partículas superficiais, como ocorre com o epitélio da traqueia. 

As células do tecido epitelial glandular produzem substâncias chamadas secreções, que podem ser armazenadas e secretadas para outras partes do corpo ou eliminadas do organismo, como as proteínas (no caso do pâncreas), lipídios (nas glândulas sebáceas e adrenais) ou complexos de carboidratos e proteínas (por exemplo, nas glândulas salivares). Já o leite, produto de secreção das glândulas mamárias, contém esses três tipos de substâncias.

De acordo com o número de células, o epitélio glandular pode ser unicelular, como as glândulas caliciformes presentes na traqueia ou multicelulares, como a glândula salivar. As glândulas multicelulares classificam-se quanto ao local onde a secreção é lançada: (1) endócrinas, diretamente nos vasos sanguíneos, por exemplos os hormônios; (2) exócrinas, fora do corpo ou no interior de cavidades, por exemplo, as glândulas sudoríparas; (3) mistas, glândulas que tanto podem ser endócrinas como exócrinas, como por exemplo, o pâncreas.

TECIDO CONJUNTIVO

O tecido conjuntivo encontra-se amplamente distribuído pelo corpo, estando envolvido em diferentes funções como preenchimento (ex: tecido conjuntivo frouxo, denso e reticular), transporte (ex: sangue e linfa), sustentação (ex: tecido ósseo e cartilaginoso), defesa (ex: sangue e linfa), reserva energética e isolamento térmico (ex: tecido adiposo). 

As células do tecido conjuntivo ficam imersas em uma substância intercelular denominada matriz, composta por duas partes, uma amorfa (água, sais minerais, polissacarídeos, glicídios e proteínas) e outra fibrosa (fibras proteicas como as colágenas, elásticas e fibrosas). As células do tecido conjuntivo podem ser de vários tipos: leucócitos (glóbulos brancos envolvidos na defesa do organismo), adipócitos (armazenam energia na forma de triglicerídeos), plasmócitos (envolvidos na síntese de anticorpos), mastócitos (papel fundamental na inflamação, reações alérgicas e expulsão de parasitas), macrófagos (envolvidos na defesa do organismo, fagocitando os elementos estranhos ao nosso corpo) e fibroblastos (responsáveis pela formação das fibras e da substância amorfa).

Tecido sanguíneo
O sangue, ou tecido sanguíneo, é formado no tecido hemocitopoético. Mais conhecido como medula óssea vermelha, ele está localizado no interior de alguns ossos, como os localizados na região pélvica, esterno, clavícula e costelas.

As funções do tecido sanguíneo incluem o transporte de hormônios até seu local de atuação; transporte de gás oxigênio e nutrientes às células; captura de gás carbônico e excreções celulares; e defesa a agentes estranhos. Uma pessoa adulta tem, em média, cinco litros dessa substância em seu corpo.

A porção fluida do sangue é chamada plasma. Essa substância, de cor amarelada, é responsável por aproximadamente 55% do volume total desse tecido. Ele é constituído predominantemente por água (cerca de 90%); havendo ali também substâncias que são transportadas pelo sangue, como hormônios, nutrientes, gases e excretas; além de sais minerais, proteínas e as células sanguíneas.

As principais proteínas são as albuminas, responsáveis pela pressão osmótica sanguínea e transporte de ácidos graxos e hormônios; globulinas, capazes de combater infecções (gamaglobulina) e transportar lipídios (lipoproteínas); e fibrinogênio, que auxilia no processo de coagulação sanguínea.

Quanto às células sanguíneas, são elas:

· Hemácias
São também chamadas de glóbulos vermelhos, ou eritrócitos. Tais estruturas de forma discoide, e achatadas no centro, apresentam núcleo – exceto no caso dos mamíferos. Elas possuem em seu interior moléculas de uma proteína chamada hemoglobina, que é a responsável pela coloração vermelha do sangue, e também pela captura de oxigênio nos pulmões, transportando-o para as células do corpo. Quanto ao gás carbônico, menos de 25% dele se une à hemoglobina, e o restante é transportado pelo plasma.

Em pessoas adultas, há cerca de 4,5 milhões dessas células em cada milímetro cúbico de sangue. Pouco mais de 40% dele é constituído pelas hemácias.

· Leucócitos
Também chamados de glóbulos brancos, são células de formato circular, dotadas de núcleo. Desempenham funções de acordo com o tipo celular, embora a função de defesa seja a principal. Correspondem a pouco mais de 1% do volume total sanguíneo.

Leucócitos podem ser granulosos ou agranulosos, de acordo com a presença ou não de grânulos em seu citoplasma, ao ser visualizado ao microscópio. Assim, temos:

Leucócitos granulosos:
Neutrófilos - Núcleo com três lóbulos, geralmente. Fagocitam micro-organismos invasores e partículas estranhas. São os leucócitos mais abundantes.
Eosinófilos - Também chamados de acidófilos, o núcleo geralmente se apresenta com dois lóbulos. Graças principalmente a substâncias tóxicas liberadas por seus grânulos, são capazes de combater parasitas de maior tamanho, tais como vermes. Além disso, liberam anti-histamínicos, evitando a manifestação de processos alérgicos.
Basófilos - Possuem núcleo disforme, e seus grânulos se apresentam maiores em relação aos das duas células já citadas, geralmente mascarando seu núcleo. Ele é responsável pela liberação de heparina, um anticoagulante; e de histamina: substância que propicia maior eficiência na resposta dos anticorpos e neutrófilos a infecções, sendo também responsável pela manifestação de sintomas típicos da alergia, como vermelhidão e coriza.

Leucócitos agranulosos:
Monócitos - Possuem tamanho maior que as demais células, apresentando núcleo com formato semelhante ao de uma ferradura. Ficam por pouco tempo na corrente sanguínea, migrando para tecidos específicos, como os do baço, pulmões, fígado e encéfalo. Lá, transformam-se em células denominadas macrófagos, bastante eficientes no processo fagocitário de agentes invasores, células mortas, e demais resíduos. No tecido ósseo, os monócitos formam os osteoclastos, responsáveis pela reabsorção de tecido ósseo, permitindo sua regeneração por células responsáveis por essa função (os osteoblastos).
Linfócitos - Essas células responsáveis pela defesa do corpo possuem núcleo muito grande, quase ocupando todo o seu espaço. Podem ser de dois tipos: linfócitos T ou B. Estes produzem os anticorpos, capazes de reconhecer e combater substâncias estranhas e micro-organismos invasores. Já os linfócitos T atacam e destroem células anormais, como aquelas infectadas por vírus ou cancerosas (linfócitos T citotóxicos, ou CD8), ou estimulam a ação destes e dos linfócitos B (linfócitos T auxiliadores, ou CD4).

· Plaquetas
Também chamadas de trombócitos, as plaquetas são fragmentos citoplasmáticos que compõem menos de 1% do sangue. Elas são muito importantes no que diz respeito ao processo de coagulação sanguínea, tanto na prevenção quanto na interrupção desses eventos. Em um ferimento, elas se direcionam ao vaso sanguíneo rompido, formando um tampão; e também propiciam a atuação de substâncias que auxiliam nesse processo.

Tecido ósseo
O tecido ósseo é o principal constituinte do esqueleto e tem como função proteger e sustentar os órgãos, alojar e proteger a medula óssea e apoiar os músculos possibilitando um sistema de alavancas que potencializam o movimento e as forças geradas durante a contração muscular.

Além das funções de proteção e sustentação e movimentação, o tecido ósseo também é um depósito de cálcio, fosfato e outros íons utilizados no metabolismo e bom funcionamento do organismo. Assim como o tecido cartilaginoso, também é um tecido conjuntivo especializado formado por células e matriz extracelular calcificada chama de matriz óssea.

No tecido ósseo são encontrados três tipos celulares, os osteócitos, os osteoclastos e os osteoblastos.

· Osteócitos
Os osteócitos são as células encontradas nas lacunas (cavidades da matriz óssea) e se comunicam por prolongamentos através de canalículos presentes na matriz. Diferentemente do tecido cartilaginoso, no tecido ósseo, cada lacuna aloja somente uma célula. Os osteócitos são células achatadas com forma amendoada e pouca quantidade de retículo endoplasmático e complexo de Golgi, O núcleo é central com cromatina condensada e a sua função é agir diretamente na manutenção da matriz.

· Osteoblastos
Os osteoblastos são células que sintetizam a parte orgânica da matriz óssea (colágeno tipo 1, proteoglicanos e glicoproteínas). Eles sintetizam também osteonectina, substância que estimula a atividade dos osteoblastos, e osteocalcina que facilita a deposição de cálcio, elemento indispensável para a mineralização da matriz óssea. Eles localizam-se na superfície óssea e organizam-se lado a lado adquirindo aparência semelhante a um epitélio.

Quando estão em atividade intensa, as células assumem forma cuboide com citoplasma basófilo e quando estão com baixa atividade apresentam formas achatadas. Conforme os osteoblastos vão sintetizando os elementos da matriz óssea vão ficando cada vez mais envolvidos pela matriz, neste ponto, diminuem a sua atividade sintética e passar a ser chamados de osteócitos.

· Osteoclastos
Os osteoclastos são células móveis e grandes com muitas ramificações dilatadas que podem conter de 6 a 50 núcleos. Seu citoplasma é granuloso com presença de vacúolos e são encontrados em regiões de reabsorção óssea depositados em depressões escavadas na matriz conhecidas como lacunas de Howship. Os osteoclastos originam-se de células precursoras mononucleadas provenientes da medula óssea que, quando em contato com o tecido ósseo, fundem-se para formar os osteoclastos multinucleados.

Cinquenta por cento do peso seco da matriz óssea é inorgânica com grande presença de íons fosfato e cálcio além de bicarbonato, magnésio, potássio, sódio e citrato. Cerca de 95% da parte orgânica é formada por fibras de colágeno tipo I.

· Classificação dos tecidos ósseos
O tecido ósseo pode ser classificado em compacto e esponjoso; é do tipo compacto quando não apresenta lacunas visíveis a olho nu e esponjoso quando é possível a observação de cavidades.

Tecidos ósseos imaturos ou também conhecidos como primários, possuem suas fibras colágenas dispostas de forma irregular sem orientação definida, nos adultos é encontrado próximo a sutura dos ósseos do crânio, alvéolos dentários e pontos de inserção dos tendões. Já o tecido ósseo secundário, ou lamelar, possui suas fibras colágenas organizadas em lamelas concêntricas.

Tecido adiposo
O tecido adiposo é um tipo de tecido conjuntivo formado em sua maioria por células adiposas, também conhecidas como adipócitos. O tecido adiposo encontra-se distribuído por todo o corpo e em pessoas com peso normal podem representar entre 20 a 25% do peso corporal na mulher e de 15 a 20% no homem.

É no tecido adiposo que encontramos o maior depósito de energia do corpo. Esta energia está armazenada na forma de triglicerídeos.

O corpo humano também é capaz de armazenar energia em outros tipos celulares, como nos hepatócitos, por exemplo, porém a energia é armazenada sob a forma de glicogênio.

Os triglicerídeos são mais eficientes como reserva energética porque fornecem 9,3 kcal/g contra apenas 4,1 kcal/g fornecidas pelo glicogênio. Os triglicerídeos do tecido adiposo não são depósitos estáveis, porém se renovam continuamente, e o tecido é muito influenciado por estímulos nervosos e hormonais.

Além de servir de reserva energética, o tecido adiposo é responsável pelas diferenças do contorno do corpo do homem e da mulher, isolamento térmico, preenchimento de espaços entre outros tecidos e manutenção da posição correta de alguns órgãos. Esse tecido também possui função secretora, sintetizando diversos tipos de moléculas.

· Classificação
Existem dois tipos de tecido adiposo que apresentam distribuição corporal, estrutura e fisiologias diferentes. O primeiro deles é o tecido adiposo unilocular ou amarelo, cujas células apresentam, quando completamente desenvolvidas, uma única gota de lipídio ocupando quase todo o citoplasma, já o segundo é chamado de tecido adiposo multilocular, ou marrom/pardo e apresenta em seu interior inúmeras gotículas lipídicas e um grande número de mitocôndrias.

O tecido adiposo unilocular apresenta coloração variável entre o branco e o amarelo-escuro, dependendo da dieta e se deve ao acúmulo de carotenos dissolvidos nas gotículas de gordura. Quase todo tecido adiposo encontrado em seres humanos é do tipo unilocular e a sua localização e acúmulo é influenciada pela idade e sexo do indivíduo.

Em recém-nascidos este tipo de tecido adiposo é encontrado sob a forma de uma fina camada uniforma sob a pele e com a idade tende a reduzir a sua área e se localizar em regiões específicas determinadas principalmente pela ação de hormônios sexuais e hormônios produzidos pela camada cortical da glândula adrenal.

O tecido unilocular apresenta septos de conjuntivo, que contêm vasos e nervos. Desses septos partem fibras reticulares (colágeno III) que sustentam as células adiposas. A vascularização deste tecido é muito abundante quando se considera a pequena quantidade de citoplasma funcionante. A relação volume de capilar sanguíneo/volume de citoplasma é maior no tecido adiposo do que no músculo estriado, por exemplo.

O tecido adiposo multilocular é também conhecido como pardo devido a sua coloração característica. Esta coloração é devido a alta vascularização e presença de muitas mitocôndrias no citoplasma de suas células. Este tipo de tecido é abundante em animais que hibernam e em seres humanos, a sua localização é limitada tendo em recém-nascidos uma maior distribuição que em crianças e adultos. A principal função do tecido adiposo pardo é a produção de calor.

TECIDO NERVOSO

O tecido nervoso está envolvido na coordenação das funções de diferentes órgãos, constituindo o sistema nervoso, dividido em: 

1. Sistema nervoso central (SNC), formado pelo encéfalo e medula espinhal e;
2. Sistema nervoso periférico (SNP), formado pelos nervos e gânglios nervosos. 

Ambos os sistemas são formados pelos neurônios, que são as células nervosas responsáveis pelos impulsos nervosos (formadas pelo corpo celular, dendritos e axônio) e os gliócitos, que são as células glia responsáveis por envolver (formando a bainha de mielina) e nutrir os neurônios.

Os impulsos nervosos ou sinapses são as conexões estabelecidas entre um neurônio e outro (interneurais), um neurônio e uma fibra muscular (neuromusculares) e entre um neurônio e uma célula glandular (neuroglandulares), por meio de mediadores químicos, denominados neurotransmissores. 

O potencial de repouso, por exemplo, entre um neurônio e outro, é mantido pela bomba sódio e potássio, onde a membrana do neurônio apresenta carga elétrica positiva do lado externo e negativa no lado interno. 

Com a liberação dos neurotransmissores, ocorre a despolarização da membrana dos neurônios, gerando os impulsos nervosos. Essa alteração de cargas é denominada potencial de ação. À medida que os mediadores químicos são degradados, cessam os impulsos nervosos, havendo a despolarização dos neurônicos, mantendo-os em potencial de repouso.

TECIDO MUSCULAR

O tecido muscular é caracterizado por sua contratilidade e as células que formam esse tecido são de formato fusiforme e recebem o nome de miócitos (fibras musculares). Há 3 tipos de tecido muscular: 

1. Não-Estriado ou liso, contração involuntária, presente nos órgãos viscerais internos como esôfago, estômago, útero e vasos sanguíneo; 
2. Estriado esquelético, contração voluntária, forma os músculos que estão ligados a estrutura óssea, permitindo a movimentação do corpo;
3. Estriado cardíaco, contração involuntária, forma a musculatura do coração e os batimentos cardíacos mantêm a circulação de sangue no nosso corpo.

A movimentação involuntária dos tecidos muscular esquelético e cardíaco, também denominada contração muscular, tem a participação dos filamentos proteicos de actina e miosina, envolvidos na contração e distensão das fibras musculares. 

Resumidamente, a contração muscular inicia-se com um potencial de ação muscular, liberando Ca2+ do retículo sarcoplasmático dos miócitos. 

A contração muscular é dependente da liberação de íons Ca2+ que se associam à troponina fazendo com que a miosina seja exposta e fixe-se e deslize sob a actina, formando o complexo actomiosina, propiciando a contração muscular. 

O relaxamento do músculo ocorre quando cessam os impulsos nervosos e, consequentemente, não há liberação de Ca2+, desfazendo o complexo actomiosina.

Figura 2

Modelo de baralho